Os mercados financeiros até que ensaiaram uma recuperação nesta terça-feira (8), após o pânico que tomou conta dos investidores desde o anúncio do tarifaço por Donald Trump, na semana passada.
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Mas a trégua não durou nem um dia, pois ainda ontem Trump anunciou mais tarifas contra a China, elevando a taxa de importação para produtos chineses para 104%. Os mercado voltaram a afundar.
Nesta quarta-feira, os principais índices acionários do mundo estão dando sinais contraditórios. O Nikkei 225 do Japão despencou 3,93% já o chinês CSI subiu quase 1%. Na Europa, bolsas registram fortes perdas enquanto os futuros nos Estados Unidos mostram estabilidade.
O grande fator de preocupação neste momento é o comportamento os Treasuries dos Estados Unidos, os papéis emitidos pelo Tesouro norte-americano, sempre considerados um porto seguro em momento de forte incerteza.
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Os juros dos Treasuries de 10 anos, referência global, têm subido muito nos últimos dias, como ressalta o Financial Times. Dos 3.9% registrados nesta segunda-feira temos hoje taxas superiores a 4.3%. Isso mostra que os investidores estão cobrando mais retorno para ficar com os papéis do governo americano.
Há um crescente temor de que, caso persista essa percepção de deterioração aguda das perspectivas econômicas dos Estados Unidos, os Treasuries percam seu status de ponto de referência para os investidores de todo o mundo.
Além disso, o preço do barril de petróleo Brent caiu hoje para menos de US$ 60 – a primeira vez que isso acontece desde 2021. O preço do petróleo é considerado um dos principais termômetros da saúde da economia mundial e a sua queda, dessa magnitude, sinaliza o alerta de recessão nos Estados Unidos e mundo afora.
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A maior preocupação neste momento se concentra nas consequências ainda não visíveis das decisões de Trump sobre os agentes financeiros. Se essa crise – já comparada às maiores crises financeiras das últimas décadas – não for estancada logo, aumenta a probabilidade de vítimas fatais entre fundos hedge, bancos, empresas etc. Ainda não há sinais de que estamos próximos disso, mas quanto mais o tempo passa, aumenta a chance de notícias negativas nesse front.
Para acalmar os mercados de uma maneira relevante e rápida, há apenas uma saída neste momento: Trump demonstrar que pode e deve recuar das medidas tarifárias. A pressão sobre ele para que isso ocorra, de empresários, banqueiros e mesmo integrantes do seu governo, é crescente. Mas Trump aparenta estar irredutível em sua estratégia.
Enquanto isso, o tempo passa e os riscos para a economia global aumentam em ritmo acelerado.
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