Mentira, desinformação e crime eleitoral: campanha de Bolsonaro tenta melar eleições na reta final e terá que responder à Justiça

Este quarta-feira (26) foi marcada por uma série de tentativas - todas refutadas - da campanha de Jair Bolsonaro em criar fatos políticos para colocar suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral. Bolsonaristas insuflaram ataques à Justiça eleitoral, espalharam teorias da conspiração envolvendo o Tribunal Superior Eleitoral para pedir adiamento do segundo turno das eleições. O TSE, emissoras de rádio, e a imprensa passaram o dia desmentindo fake news. O Curto News explica!

Publicado por
Marcela Guimarães

A primeira notícia distorcida e usada por bolsonaristas nas redes sociais foi da demissão de um funcionário do TSE. Alexandre Gomes Machado foi à Polícia Federal e disse que foi demitido por “alertar para falhas na fiscalização” das inserções de campanha em rádios brasileiras. (Folha de S.Paulo) 🚥 Rapidamente, ministros do TSE esclareceram dois pontos:

  • São as próprias campanhas, e não o TSE, responsáveis por enviar às rádios as inserções de campanha.
  • O servidor exonerado fez afirmações mentirosas e falsas e nunca levou aos superiores qualquer denúncia.

Apoiadores de Jair Bolsonaro – que tem histórico de questionar o sistema eleitoral  – usaram o caso para pedir que a eleição seja adiada.

Moraes rejeita pedido de campanha de Bolsonaro

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, rejeitou o pedido feito pelo governo de Jair Bolsonaro  para suspender a veiculação das inserções do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sob o argumento que rádios deixaram de veicular ao menos 730 comerciais de sua campanha.

Além de mandar arquivar o processo pela “inépcia”, Moraes determinou o encaminhamento ao corregedor-geral eleitoral, Augusto Aures, para que analisar se houve “cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno”.

Para Moraes, os dados apresentados pela campanha sobre supostas irregularidades são inconsistentes. Ainda, na mesma decisão, Moraes:

  • aciona o Procurador-Geral Eleitoral, Augusto Aras, para apurar “possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito” por parte da campanha de Bolsonaro;
  • aciona a Corregedoria-Geral Eleitoral para apurar eventual desvio de finalidade no uso do Fundo Partidário para a contratação da suposta auditoria;
  • determina o envio do caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que apura a atuação de uma “mílicia digital” que atenta contra a democracia.

Rádios desmentem campanha do PL

Para reforçar que as denúncias não tem qualquer fundamento, rádios brasileiras afirmaram que não receberam da campanha de Bolsonaro propagandas para horário eleitoral.

Segundo reportagem do GLOBO, das 8 rádios acusadas pela defesa da campanha de Jair Bolsonaro (PL) de ter veiculado mais propagandas do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, 4 delas afirmaram não ter recebido inserções produzidas pela equipe do presidente e, por isso, não divulgaram o material. As demais emissoras foram procuradas pela reportagem, mas ainda não se pronunciaram. 🚥

No UOL, uma das rádios afirmou que o próprio PL deixou de enviar as peças eleitorais para serem veiculadas:

Empresa contratada para apontar fraude em rádios recebeu dinheiro da campanha de Bolsonaro

Mais cedo, reportagem do Metropoles mostrou que a empresa – contratada pelo presidente Jair Bolsonaro – para apontar suposta fraude em rádios do Nordeste recebeu meio milhão da campanha de Jair Bolsonaro. 🚥

A Soundview Tecnologia, mencionada pelo ex-secretário de Comunicação e conselheiro de Bolsonaro Fabio Wajngarten, recebeu precisamente R$ 501 mil do comitê bolsonarista no dia 26 de agosto, dez dias após o início oficial da corrida eleitoral.

(*): Conteúdos em outros idiomas traduzidos pelo Google Tradutor

(🚥): pode exigir registro e/ou assinatura 

Este post foi modificado pela última vez em 26 de outubro de 2022 22:02

Marcela Guimarães

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