Uma pesquisa recém-publicada European Journal of Preventive Cardiology mostrou que praticar atividade física ajuda a compensar, pelo menos em parte, os prejuízos de dormir mal. De acordo com os autores, este é um dos primeiros estudos a avaliar os efeitos em conjunto da atividade física e da qualidade do sono usando um acelerômetro, um tipo de relógio com um sensor para avaliar o nível de exercícios.
Uma série de pesquisas já provou a relação entre dormir pouco ou em excesso – menos do que 6 horas ou mais do que 9 horas – como a maior risco de diversas doenças, problemas cardiovasculares e até de demência. Por outro lado, a atividade física ajuda a prevenir e controlar doenças metabólicas, neurodegenerativas, câncer, entre outras.
Este novo estudo avaliou mais de 90 mil pacientes com idades entre 40 e 73 anos, que foram classificados de acordo com o nível de atividade física (se seguiam ou não a recomendação de 150 minutos semanais de atividade moderada ou 75 minutos de vigorosa) e se dormiam pouco (menos do que 6 horas), normal (entre 6h e 8 h) ou muito (mais de 8h).
Aqueles que se exercitavam dentro do recomendado e dormiam bem tiveram os melhores resultados em termos de menor risco de morte por qualquer causa.
Os piores índices foram observados entre os que tinham sono de má qualidade e eram sedentários, com um risco cardiovascular 52% maior. A surpresa foi que esses riscos desapareceram naqueles que se exercitavam conforme o recomendado, mesmo dormindo mal.
“O estudo traz mais uma evidência de que a atividade física também é capaz de minimizar e, provavelmente, até evitar as consequências negativas de não ter um bom padrão de sono”, diz a fisioterapeuta Carolina Vicaria Rodrigues D´Aurea, do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo ela, o recomendado para a maioria das pessoas seria dormir entre 7 e 8 horas.
“Além disso, a atividade física também é uma das recomendações de higiene do sono para dormir melhor. E o sono melhor em qualidade e quantidade traz mais qualidade de vida, com menos risco de desenvolvimento de doenças e mortalidade por todas as causas”, completa a especialista.
Fonte: Agência Einstein
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