A doença que preocupa órgãos de controle sanitários pelo mundo foi batizada de monkeypox ou varíola símia (varíola dos macacos). Mas ela NÃO está sendo transmitida pelos macacos, apenas entre humanos.
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Por que o mundo só fala dessa doença após a pandemia de covid-19?
A resposta é simples: ela está se proliferando, os casos e mortes aumentam, e a propagação do vírus pode ficar – assim como ocorreu com a COVID-19 – sem controle.
Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o estado de Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC, sigla em inglês) para a doença. Ela é causada pelo vírus pertencente ao gênero Orthopoxivirus, o mesmo da varíola humana, que está erradicada desde a década de 1980 e era mais letal.
Por que foi batizada como varíola dos macacos?
A doença foi descoberta em 1958, quando o vírus foi encontrado – e descrito pela primeira vez – em macacos de cativeiro que estavam na Dinamarca. Pesquisas apontaram que o vírus também já foi achado em roedores. (G1)
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Linha do tempo
Três meses após o início do surto da varíola dos macacos, quase 28 mil casos e 11 mortes pela doença já foram registrados em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
As primeiras infecções pela doença em humanos foram identificadas em 1970, mas a nova explosão de contágios tem diversas particularidades e é encarada como uma emergência de saúde no Brasil e no mundo.
Parte dos cientistas acredita que o vírus monkeypox tenha passado por mutações genéticas, e, por isso, o quadro epidemiológico de hoje está como está.
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Veja abaixo o que já foi descoberto sobre a prevenção, os sintomas, a transmissão e tratamento da doença:
(Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o órgão do controle e prevenção de doenças dos Estados Unidos (CDC))
Prevenção
- uso de máscaras
- distanciamento: evitar beijar, abraçar, ter contato íntimo ou direto com objetos usados por um infectado, ou contato com a pele de alguém que tenha lesões similares à varíola
- higienização frequente das mãos
- limpeza frequente de ambientes que possam ter sido contaminados
Sintomas
- feridas espalhadas na pele (rosto, palmas das mãos, solas dos pés, olhos, boca, garganta, virilha e regiões genitais e/ou anais do corpo) que formam cascas e duram de 2 a 3 semanas
- febre (às vezes acompanhada de dores musculares)
- dor de cabeça, dor nas costas, gânglios inchados, calafrios, exaustão e duram de 2 a 3 semanas (sintomas iniciais)
- lesões começam planas, depois se enchem de líquido antes de formar crostas, secar e cair
Transmissão
- apenas entre humanos
- contato direto com secreções das feridas de pacientes infectados ou com objetos contaminados
- secreções respiratórias
- há registro de contaminação pelo vírus entre mãe e feto (por meio da placenta)
Mais vulneráveis
- profissionais da saúde
- recém nascidos
- crianças pequenas
- pessoas com deficiência imunológica
Veja também: Brasil tem 3 primeiros casos de varíola dos macacos em crianças
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Tratamento
Na maior parte dos quadros, o tratamento é feito a partir do suporte clínico e alívio dos sintomas. Dentro de algumas semanas, o organismo do pacientes com sintomas leves tende a eliminar o vírus. Além de buscar atendimento médico, nestes casos, é preciso:
- repouso
- hidratação
- medicações para controle da febre ou dor
Vacina
Vacinas usadas na erradicação da varíola (causada pelo vírus smallpox) têm 85% eficácia na prevenção da varíola dos macacos, já que as doenças são geneticamente parecidas. Mas, segundo a OMS, ainda não é possível distribuir o imunizante em todo o mundo.
Medicamentos
Não há um medicamento específico para a varíola dos macacos. Alguns antivirais estão sendo testados e já que se provaram eficazes na prevenção e tratamento.
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Em janeiro de 2022, por exemplo, foi aprovado o tecovirimat. Mas, de acordo com a OMS, “a experiência com estas terapêuticas no contexto de um surto de varíola dos macacos é limitada.”
Transmissão entre homens
A maioria (98%) dos pacientes infectados são homens jovens que mantém relação sexual com outros homens. Os dados foram observado em mais de 16 países por um estudo publicado no The Lancet, que divulgou uma pesquisa recentemente mostrando que 40% dos pacientes com monkeypox estavam infectados pelo HIV.
No entanto, não existe nenhuma comprovação científica de que relações sexuais ou o esperma possam transmitir a doença. Isto é, qualquer pessoa, independentemente de gênero ou orientação sexual, pode ser infectada.
Alerta para a discriminação
A repercussão em torno da doença motivou desinformações na internet. Com isso, diferentes entidades chamaram atenção para o risco de maior estigmatização de bissexuais e gays.
“Não queremos cometer os mesmos erros do HIV. Na época, nossa ignorância era muito grande. Olhamos só para o número de casos como se fosse necessariamente associado a uma comunidade”, alertou um técnico da OMS. (UOL)
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