Anitta não é Princesa Isabel; presidenciáveis debatem gênero e violência no Twitter

Vera Magalhães, Gabriela Prioli, Cristina Kirchner - líder argentina que foi vítima de recente atentado - mães, ministras, a cantora Anitta e até a Princesa Isabel foram algumas das mulheres citadas no Twitter dos presidenciáveis nesta sexta-feira (02). Veja as declarações e assuntos trazidos por cada um deles.

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João Caminoto

2 de setembro de 2022 20:36

Jair Messias Bolsonaro (PL)

O candidato fez uma alusão ao momento em que se irritou e atacou a jornalista Vera Magalhães no debate presidencial do último domingo (28), e defendeu que “igualdade” é “tratar com respeito quem nos respeita”.

– Igualdade é tratar a todos sem distinções, partindo do princípio de que ninguém é inferior ou superior a ponto de ser imune a críticas. Quando se usa da condição biológica como escudo para ser desrespeitoso e se blindar de resposta à altura, a igualdade dá lugar ao oportunismo.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 2, 2022

Na mesma sequência, Bolsonaro fez uma comparação entre a Princesa Isabel e a cantora Anitta. Segundo ele, as duas são “duas mulheres” que, como todos, devem ser julgadas por seu trabalho, valores e caráter. Ele citou, em seguida, duas ministras de governo, afirmando que se “esforçaram e trabalharam duro para chegar onde estão”.

– Sempre defendi que as pessoas devem ser valorizadas pelo seu caráter. É através de trabalho e valores, não de cor, sexo ou classe, que se conquista o respeito de todos. Princesa Isabel e Anita são mulheres, a diferença está no que elas decidiram fazer pela humanidade.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 2, 2022

Luis Inácio Lula da Silva (PT)

O candidato à presidência pelo Partido dos Trabalhadores publicou um texto apoiando a advogada e professora Gabriela Prioli, após o presidente Jair Bolsonaro ter publicado em seu Instagram uma piada mencionado sua entrevista à Revista Veja. (UOL)

Minha solidariedade com a @GabrielaPrioli. Não é possível termos um presidente que constantemente ofende mulheres e agride pessoas para aparecer, que não sabe conviver com ideias diferentes ou respeitar as mulheres. https://t.co/dgggQHa17u
— Lula (@LulaOficial) September 2, 2022

O ex-presidente também relembrou ter sido chamado de “presidiário” durante o primeiro debate entre presidenciáveis, transmitido pela Band.

Não pensem que eu me ofendo quando Bolsonaro me chama de presidiário. Eu sou o único cara que foi condenado por ser inocente. Eles acreditaram nas mentiras de um juiz e de um procurador e agora não sabem pedir desculpas, porque pedir desculpas é para quem tem caráter.
— Lula (@LulaOficial) September 2, 2022

Eu sou muito grato ao povo do Maranhão. Aqui eu tive 58% dos votos em 2002 e depois 85% em 2006. Eu deveria fazer um agradecimento a vocês como o Pedro do Flamengo faz quando marca um gol.
— Lula (@LulaOficial) September 2, 2022

Ciro Gomes (PDT)

O candidato, que concorre à eleição presidencial pela 4ª vez, fez um aceno ao eleitorado feminino, importante para sua melhora na disputa.

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Ciro também lamentou a tentativa de homicídio sofrida pela vice-presidente argentina, Cristina Kirchner. E disse aos brasileiros: “para nós, fica a lição de onde pode chegar o radicalismo cego”, condenando a polarização e o ódio na política.

O atentado frustrado a Cristina Kirchner por pouco não transforma em chuva de sangue a nuvem de ódio que se espalha pelo nosso continente. Nossa solidariedade a esta mulher guerreira que com certeza não se intimidará.
— Ciro Gomes (@cirogomes) September 2, 2022

Hoje é um bom dia pra relembrar que cuidar dos filhos e dos serviços domésticos é tarefa solidária do casal. E a ocupação igualitária do mercado de trabalho, por homens e mulheres, é dever de toda sociedade. pic.twitter.com/OuKmxXCyea
— Ciro Gomes (@cirogomes) September 2, 2022

Simone Tebet (MDB)

Tebet reforçou sua crítica à exibição de Michele Bolsonaro em propagandas eleitorais da campanha do presidente. A candidata também denunciou que está “sendo atacada” por seu posicionamento. Entenda mais sobre o caso. (UOL)

Simone Tebet também reagiu ao atentado contra a líder argentina Cristina Kirchner. “Que tristeza!”, escreveu, fazendo um paralelo do caso de violência política com o Brasil.

Fazer valer a lei! Esse é meu dever como mulher brasileira, advogada, professora, senadora e candidata. Como apoiadora, a primeira-dama tem apenas 25% do tempo de propaganda eleitoral, regra não respeitada pela campanha do presidente. Estou sendo atacada por cumprir com a lei. +
— Simone Tebet (@simonetebetbr) September 2, 2022

Violência política no Brasil, violência política na Argentina. É preciso dar um basta a tudo isso. As lideranças devem recriminar essas atitudes. Ainda bem que a arma falhou. Que tristeza! Reafirmo minha posição pela paz na política, pela paz nas eleições.https://t.co/1iceOAS75h
— Simone Tebet (@simonetebetbr) September 2, 2022

Foto do topo: Reprodução/Twitter

Este post foi modificado pela última vez em 14 de setembro de 2022 18:21

João Caminoto

Jornalista com mais de 30 anos de experiência, ocupei diversos cargos - desde repórter, passando por correspondente internacional até diretor de redação - em diversas casas, como o Estadão, Broadcast, Época, BBC, Veja e Folha. Me sinto privilegiado em ter abraçado essa profissão. Apaixonado pela minha família e pelo Corinthians.