A Alemanha declarou, nesta quarta-feira (2), que está pronta para retomar sua ajuda financeira para proteger a Amazônia do desmatamento, seguindo o exemplo da Noruega que se manifestou na segunda-feira (31), um dia depois da vitória eleitoral de Lula.
“Em princípio, estamos prontos para liberar os meios congelados para o Fundo de Preservação da Floresta Amazônica”, disse um porta-voz do ministério alemão do Desenvolvimento e Cooperação durante uma coletiva de imprensa.
Em agosto de 2019, a Noruega, o principal financiador do fundo de proteção, e a Alemanha, outro grande contribuinte, decidiram cortar seus subsídios, acusando o presidente Jair Bolsonaro de não querer impedir o desmatamento.
“Vamos agora discutir os detalhes com a equipe de transição. Dentro do governo alemão há uma grande vontade de estender rapidamente a mão”, declarou o porta-voz do ministério. Ele, porém, não forneceu uma data específica, porque vai depender das “condições” políticas no Brasil.
De acordo com dados do ministério do Meio Ambiente da Noruega, US$ 641 milhões estão atualmente paralisados na conta do Fundo.
Vasto refúgio de biodiversidade e, por muito tempo, um precioso “sumidouro de carbono”, a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, agora emite mais CO2 do que absorve.
Reduzir o desmatamento é uma das soluções defendidas pelos especialistas em clima da ONU (IPCC, na sigla em inglês) para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, de acordo com os objetivos do Acordo de Paris.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, no domingo (30), após o anúncio de sua vitória no segundo turno da eleição presidencial, que o Brasil está disposto a ter um papel de vanguarda contra a mudança climática e destacou que o planeta precisa de uma “Amazônia viva”.
A perspectiva de um retorno da ajuda internacional concomitante à volta de Lula ao poder foi bem recebida pelas ONGs ambientalistas. “Estamos convencidos de que Lula tem boas intenções para a floresta amazônica quando tomar posse em janeiro, mas enfrentará uma situação política que complicará seu trabalho”, disse à AFP, Elle Hestnes Ribeiro, do programa para o Brasil da Rainforest Foundation Norway.
“Será, portanto, dependente de ajuda internacional, e o Fundo de Preservação da Floresta Amazônica é essencial nesse sentido”, afirmou.
(AFP)
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