Como o desmatamento da Amazônia contribui para as mudanças climáticas?

1 DIA PARA O DIA DA AMAZÔNIA

O Dia da Amazônia é comemorado em 5 de setembro e tem como principal objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo, cuja biodiversidade está conectada com a vida de todo o planeta e tem sofrido ataques constantes. Essa data foi escolhida como forma de homenagear a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas) por D. Pedro II, em 1850.

Primeiro é importante entendermos a dimensão da floresta amazônica.

A Amazônia Legal tem 5 milhões de quilômetros quadrados, se fosse um país, ela seria o 6º maior do mundo em extensão territorial.

Ela abrange 59% do território brasileiro, distribuído por 775 municípios, e representa 67% das florestas tropicais do mundo.

Um terço das árvores do planeta estão na região, além de 20% das águas doces.

Dados: Imazon

Ela também abriga 10% da biodiversidade do mundo e 17% da fotossíntese do planeta acontece por lá.

E por que falar sobre a fotossíntese?

Porque é através dela que as árvores “sugam” o gás carbônico (CO₂) do ar e o armazenam no solo – é o chamado “sequestro de carbono”.

O gás carbônico (CO₂) é um dos principais gases do efeito estufa. A sua alta concentração na atmosfera acelera o aquecimento global, o que impulsiona as mudanças climáticas.

As florestas, portanto, atuam como áreas de armazenamento natural de carbono, absorvendo o CO₂ da atmosfera.

A Amazônia desempenha um papel excepcional contra as mudanças climáticas nesse aspecto, armazenando aproximadamente 128 bilhões de toneladas de carbono no solo e nas árvores – e removendo cerca de 600 milhões de toneladas por ano da atmosfera. (Human Rights Watch)

Mas o desmatamento e as queimadas têm o efeito oposto: conforme a floresta é derrubada e incendiada, ela libera grandes quantidades de CO₂ na atmosfera. (IPAM Amazônia)

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Atualmente – devido ao desmatamento desenfreado – a Amazônia tem emitido mais carbono do que conseguiu absorver: ela se tornou uma verdadeira fonte de CO₂. (FAPESP)

Além disso, as queimadas crescentes na região e atividades de mineração e pecuária sem limites emitem outros gases de efeito estufa – como óxido nitroso e metano – intensificando ainda mais o problema.

Amazônia: novo recorde de queimadas, estradas cortam 41% da sua área florestal e +

Veja os destaques do Curto Verde desta quinta-feira (01): o Curto inicia hoje uma contagem regressiva até o Dia da Amazônia (5) e já começamos com uma notícia nada boa: dados atualizados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que o último mês de agosto registrou o maior número de queimadas no bioma em 12 anos; e um mapeamento inédito – realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) – mostrou que estradas já cortam ou se aproximam de 41% da área florestal amazônica no Brasil.

Nos últimos anos, temos testemunhado um ritmo acelerado de destruição na Amazônia. Se seguirmos assim, a maior floresta tropical do mundo pode virar uma savana ainda no século XXI, comprometendo toda a vida na Terra. (Nature Climate Change*)

Uma savana é composta por gramas, arbustos e árvores esparsas. É um bioma que se adapta aos períodos de estiagem e também ao fogo, crescendo em solos geralmente pobres em nutrientes. No Brasil, as savanas correspondem ao Cerrado e à Caatinga. (Brasil Escola)