Ondas de calor que atingem a Europa e os EUA são resultado da ação humana, dizem cientistas

A crise climática causada pelo homem é inegavelmente responsável pelas ondas de calor mortais que atingiram a Europa e os Estados Unidos (EUA) nas últimas semanas, mostraram os cientistas. Os fenômenos teriam sido praticamente impossíveis sem o aquecimento global impulsionado pela queima de combustíveis fósseis.

Publicado por
Isabella Caminoto

Outra onda de calor abrasadora, na China, tornou-se 50 vezes mais provável devido à crise climática.

Os resultados deixam claro que o aquecimento global causado pelo homem já está destruindo vidas e meios de subsistência em todo o mundo, tornando a necessidade de reduzir as emissões cada vez mais urgente. Essas ondas de calor brutais não são mais raras, disseram os cientistas, e vão piorar à medida que as emissões continuarem a aumentar. Se o mundo esquentar 2°C, elas acontecerão a cada dois a cinco anos.

No início de julho, recordes de temperatura foram quebrados em muitos lugares no sul da Europa, no oeste dos EUA, no México e na China, causando mortes e incêndios florestais relacionados ao calor. A primeira semana de julho registrou as temperaturas globais mais altas da história. 

⚠️ Os pesquisadores descobriram que as emissões de gases de efeito estufa tornaram as ondas de calor 2,5°C mais quentes na Europa, 2°C mais quentes na América do Norte e 1°C mais quentes na China do que se a humanidade não tivesse mudado a atmosfera global.

“Essas ondas de calor não são mais raras e o mais importante é que esses extremos matam pessoas, principalmente destruindo as vidas e os meios de subsistência dos mais vulneráveis”, disse Friederike Otto, do Imperial College London, Reino Unido, que fez parte da equipe de análise.

Otto disse que é “absolutamente crítico” que os governos concordem em eliminar gradualmente os combustíveis fósseis na cúpula do clima da ONU Cop28, que começa em 30 de novembro.

A nova análise do grupo World Weather Attribution (🇬🇧) usou métodos revisados ​​por pares para quantificar o impacto da crise climática nas recentes ondas de calor. Eles usaram dados meteorológicos até 18 de julho e modelos de computador para comparar o clima de hoje, com 1,2°C de aquecimento global, com o clima mais frio do final do século XIX.

O estudo descobriu que as ondas de calor na Europa e nos EUA foram, no mínimo, 950 e 4.400 vezes mais prováveis ​​pelo aquecimento global – resultado de emissões causadas pelo homem. Na China, a onda de calor foi 50 vezes mais provável.

No clima mais quente de hoje, essas ondas de calor são esperadas a cada cinco anos na China, a cada 10 anos na Europa e 15 anos nos EUA, mas ocorrerão cada vez com mais frequência à medida que as emissões continuarem a aumentar. 

O fenômeno El Niño, provavelmente adicionou um pouco de calor às ondas de calor, disseram os cientistas, mas o aquecimento global causado pela queima de combustíveis fósseis foi o principal motivo de sua gravidade.

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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