Créditos da imagem: José Cruz/Agência Brasil

Celulares apreendidos pela PF revelam mensagens de Augusto Aras com empresários alvos da operação

Empresários bolsonaristas que defenderam golpe de Estado e tiveram celulares apreendidos pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (23) trocaram mensagens com o procurador-geral da República, Augusto Aras. A informação é do site JOTA.

De acordo com reportagem do site JOTA, a informação foi confirmada por fontes da PF, do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A PF cumpriu, nesta terça, oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresários bolsonaristas. Além disso, foram expedidas ordens para quebra de sigilo bancário e telemático (de mensagens), bloqueio e suspensão de perfis nas redes sociais dos envolvidos.

Operação autorizada

A pedido da Polícia Federal, a operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitindo as buscas e apreensões de celulares, entre outros documentos, nos endereços dos empresários. A ação policial aconteceu após publicação do portal Metrópoles revelar mensagens golpistas em um grupo de WhatsApp em que os empresários participavam.

Qual o problema da troca de mensagens entre Aras e os empresários?

Segundo o JOTA, foram encontradas críticas ao trabalho do ministro Alexandre de Moraes e também declarações sobre a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Como Aras também ocupa a função de procurador-geral eleitoral, essas mensagens o colocam em situação delicada: o PGR é responsável por coordenar o Ministério Público Federal, que tem como obrigação zelar pelos interesses da nação e fiscalizar a execução e o cumprimento das leis.

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PGR diz que não foi comunicada da ação

A PGR informou que as buscas só foram comunicadas pelo ministro Alexandre de Moraes na manhã desta terça-feira, quando a operação estava em curso. No entanto, fontes ligadas a Moraes defendem que a PGR foi informada da operação na segunda-feira (22/8).

De acordo com o site JOTA, um dos empresários investigados – apoiador de Jair Bolsonaro e supostamente favorável ao golpe -, Meyer Nigri, da construtora Tecnisa, é amigo pessoal do procurador Aras e chegou a ser citado por ele em discurso de posse. 

Empresários alvos da operação:

  • Luciano Hang, da Havan – dois endereços em Brusque (SC) e um em Balneário Camboriú (SC)
  • José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan – no Rio de Janeiro
  • Ivan Wrobel, da Construtora W3 – no Rio de Janeiro
  • José Koury, do Barra World Shopping – no Rio de Janeiro
  • Luiz André Tissot, do Grupo Sierra – em Gramado (RS)
  • Meyer Nigri, da Tecnisa – em São Paulo Marco
  • Aurélio Raimundo, da Mormaii – em Garopaba (SC)
  • Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu – em Fortaleza
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