Influencers digitais são mais do que pessoas comuns criando conteúdos e comunidades a partir dos seus interesses e estilos de vida. No vasto universo de plataformas online, uma parte dos usuários utiliza métodos e abordagens próprias para narrar fatos históricos do mundo atual de um jeito simplificado. A missão? Difundir informações e contextualizar as diversas manchetes que falam sobre disputas internacionais. Conheça mais sobre este nicho das redes, protagonizado por estudantes, leigos e especialistas em ciências humanas como Relações Internacionais e Ciência Política.
Desde fevereiro deste ano, a Guerra na Ucrânia já causou danos irreparáveis para milhares de civis e está movendo as placas tectônicas do tabuleiro global. Mas, para além da guerra entre russos e ucranianos, cerca de outros 30 conflitos armados pelo mundo ocorrem hoje, sendo a maioria na Ásia e na África, segundo dados do Conselho de Relações Estrangeiras dos Estados Unidos (CFR) e do Projeto de Dados de Localização (ACLED).
Mergulhados na revolução digital, alguns criadores de conteúdo digital, estudantes e professores brasileiros apostam nas redes sociais para ensinar e/ou difundir informações sobre geopolítica. Muitos desses canais são construídos de forma colaborativa e voluntária, como é o caso do @deolhonofront.
Seja traduzindo questões complexas ou apenas ilustrando notícias, esses influencers trazem à tona nas redes questões de relevância global, e que podem ser de difícil acesso, como a origem dos conflitos em Mianmar e os confrontos entre Armênia e Azerbaijão, que só na última semana resultou em mais de 100 mortes de armênios (G1).
Ninguém é obrigado saber de tudo né? Então, se você não é um especialista em geopolítica, história, geografia ou outra ciência correlata, provavelmente não dá conta de acompanhar todo cenário internacional de cabo a rabo. Mas o Curto te ajuda a se manter atualizado! 📲
Siga nas redes: 13 canais informativos/educativos
Em linguagem direta e objetiva, são divulgadas nessa arroba as últimas notícias sobre a política e a economia internacional. Análises, gráficos, vídeos, mapas informativos, resumos, lives com jornalistas que cobrem assuntos internacionais e outros formatos recheiam o feed criado por esses ‘admins’ especialistas em geopolítica. 🔽
Como surgiu e quem faz a página?
Em 2018, nascia no Instagram o Geopolítica Hoje como um projeto “despretensioso” do mineiro Lucas Mendes Costa (32), professor de Geografia e mestrando pela Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT). “Criei como um hobby mesmo”, diz Lucas, que viu nas redes sociais uma oportunidade de “externalizar” suas leituras e pesquisas sobre geopolítica.
Falamos com o criador do @geopoliticahoje, Lucas Mendes Costa. Ouça um trechinho. 🔽
Além disso, ele conta que “sentia falta” de canais feitos por especialistas. Segundo ele, a maioria se limitava ao acompanhamento do noticiário sobre temas internacionais. “É uma crítica que eu faço até hoje. Eu percebi que, muitas vezes, o canal tinha uma produção bacana, mas não havia alguém especializado no tema por trás.”
Em 2021, Lucas, que mora em Uberlândia (MG), passou a dividir a administração do perfil com Daniel Ferreira (24), de Cascavel (PR). Daniel também é pesquisador da geopolítica e é mestrando pela Universidade Federal do Paraná, e a dupla passou, virtualmente, a dividir a tarefa de “dar vazão a suas pesquisas de estudo”.
Como o projeto é financiado?
Lucas conta que esses novos produtos digitais surgiram a partir da crescente demanda de trabalho em torno da página, em meados de 2020. “A coisa foi crescendo naturalmente ao longo dos anos, a gente nunca pagou para impulsionar”, afirma Lucas.
Falamos com o criador do @geopoliticahoje, Lucas Mendes Costa. Ouça um trechinho. 🔽
Ainda em 2020 e ali mesmo, pelo Instagram, Lucas conheceu e ficou amigo de Daniel, professor de História no Paraná e seu futuro sócio. No início de 2021, a dupla começou a “profissionalizar mais [o projeto] e a vender alguns produtos digitais envolvendo a página [do Instagram]”, conta Lucas.
Hoje, os professores Lucas e Daniel também coordenam a escola virtual ‘Acrópole’, onde cerca de 200 alunos acessam aulas sobre a história dos EUA, China, Brasil, Índia, dentre outros temas. A dupla também passou a oferecer para o público assinatura do ‘Persépolis’, uma ferramenta que entrega conteúdo customizado pelo Telegram e o WhatsApp.
Com 3.5M seguidores no TikTok, 430K no Youtube e prestes a bater 200K no Instagram, o ator e comediante de 25 anos, que simula países conversando entre si, viralizou na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022, dia em que as tropas russas invadiram territórios na Ucrânia.
O motivo? Ele tinha explicado as tensões no território em um vídeo curto publicado um dia antes no TikTok. Pedro investiu, então, no quadro “Meu Vizinho tá Putin” e continuou abordando de um jeito bastante visual e bem humorado questões históricas sobre outros países.
Se você acha que não dá para se atualizar sobre assuntos complexos – e delicados – de uma maneira leve, provavelmente os conteúdos do @oipedrodahrer vão te surpreender, porque as narrativas do artista parecem reviver a sensação de assistir a um desenho animado.
@oipedrodaher 1º Guerra Mundial 💣💥 #fyp #xyzbca #historia ♬ som original – Pedro Daher
@oipedrodaher 🥶 GUERRA FRIA 🥶 || #historia #guerrafria #fyp ♬ som original – Pedro Daher
Foto: Ana romerok/ WikiCommons
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